Como fazer um plano de sucessão empresarial eficiente e seguro

Você sente que está chegando a hora dos sócios da sua empresa passarem o bastão para novos administradores, mas ainda não sabe exatamente como tocar este processo?

O plano de sucessão empresarial é um instrumento utilizado justamente para que essa transição seja realizada da forma mais segura possível e no tempo certo.

A seguir, vamos conhecer os principais desafios para a implantação de um plano de sucessão empresarial e como colocá-lo em prática na sua organização.

O que configura a sucessão empresarial?

Basicamente, a sucessão empresarial é caracterizada pela transferência de poder e responsabilidades dentro da empresa, seja ela familiar ou não.

Os motivos para a sucessão empresarial são os mais variados possíveis, como aposentadoria ou doença do fundador e até mesmo a conclusão de que o negócio precisa de uma nova visão estratégica para seguir prosperando.

Porém, o processo vai muito além de tão somente substituir uma pessoa por outra, mas sim preparar os sucessores para assumir as responsabilidades que lhes são cabíveis.

Quando fazer um plano de sucessão empresarial?

Não existe uma resposta certa para isso, pois cada empresa tem a sua própria dinâmica.

Uma evidência forte de que você deve se aprofundar neste tema é seu próprio interesse neste artigo.

Ou seja, se você está vendo a necessidade iniciar um processo de transição na sua empresa, é sinal de que o plano de sucessão empresarial já deveria ter começado.

Afinal, muito provavelmente, será necessário um trabalho aprofundado de capacitação, gestão de conflitos e de adoção de recursos legais para definição de responsabilidades e proteção patrimonial dos sócios.

Por isso, não deixe de ler este artigo até o final, para entender como funciona esse passo a passo e já se preparar para colocar o plano em prática.

Quais são os tipos de sucessão empresarial?

São três os principais tipos de sucessão empresarial e, cada um deles, tem a sua peculiaridade:

  • Sucessão familiar, em que a empresa é passada para os membros da família;
  • Sucessão societária, que ocorre quando os sócios assumem o controle do negócio; 
  • Sucessão gerencial, quando uma nova equipe de gestão é designada para assumir a liderança da organização.

Quais os principais desafios ao montar um plano de sucessão empresarial?

Não espere realizar um plano de sucessão empresarial sem enfrentar desafios no processo.

Afinal, são muitos interesses em jogo e a simples substituição de pessoas, por si só, fatalmente vai gerar uma nova dinâmica na empresa.

Vamos conhecer os principais deles:

1) Resistência à mudança

O principal desafio no plano de sucessão empresarial, sem dúvidas, é a resistência à mudança, seja por parte do fundador ou pelos próprios sucessores.

Isso porque o fundador, muitas vezes, é apegado demais ao negócio e tem dificuldade em deixar o controle e delegar responsabilidades.

Os sucessores, por sua vez, podem não se sentir preparados ou até mesmo não estarem interessados em assumir essas novas responsabilidades.

Nesses casos, é necessário trabalhar com sensibilidade e promover um diálogo aberto para superar essa resistência, demonstrando os benefícios de uma sucessão bem planejada e os ganhos para o futuro da empresa.

2) Resolução de dívidas da organização

A existência de dívidas é um obstáculo natural na transição de uma empresa para os sucessores, uma vez que eles precisam lidar com a responsabilidade de assumir ou solucionar essas dívidas. 

Nesse contexto, o balanço patrimonial desempenha um papel essencial no processo de sucessão empresarial, pois fornece uma visão abrangente dos ativos, passivos e patrimônio líquido da empresa.

Além disso, ele ajuda a ter clareza sobre a situação financeira da empresa e permite a todos envolvidos no processo negociarem da forma mais justa possível como solucionar as dívidas da companhia.

3) Despreparo dos possíveis sucessores

Quem não conhece a história de alguma empresa que desceu por água abaixo após a saída do seu fundador?

Pois é, o motivo para isso, normalmente, é a falta de cuidado com a capacitação dos sucessores ao fazer o plano de sucessão empresarial.

Por isso, neste processo, é fundamental investir em programas de desenvolvimento e capacitação, como treinamentos, mentorias ou até mesmo a contratação de consultores externos, para ajudar os sucessores a adquirir as competências necessárias e se prepararem para assumir as novas responsabilidades.

4) Conflitos familiares e disputas de poder

É muito comum, principalmente em empresas familiares, que os membros da família tenham opiniões fortes e divergentes em relação ao futuro da empresa.

Se esse é o caso da sua empresa, uma boa forma de minimizar esses conflitos é contratando uma consultoria externa para mediar esse processo.

O objetivo é garantir que as decisões sejam tomadas de forma racional e baseada nos interesses da empresa, reduzindo os impactos negativos dos conflitos.

Leia também: O que é holding patrimonial, quando compensa fazer e como funciona

Como fazer um plano de sucessão empresarial

Como já dissemos, cada empresa tem a sua particularidade, o que exige uma abordagem personalizada para cada caso.

Mas de um modo geral, a elaboração de um plano de sucessão empresarial passa pelas seguintes etapas:

1) Diagnóstico inicial

Em primeiro lugar, deve-se realizar uma análise detalhada da empresa, considerando sua sua estrutura organizacional, cultura corporativa e desafios atuais e futuros.

Nessa etapa, é preciso entender também se será necessária a criação de novos cargos para substituir as funções desempenhadas pelo sócio que está deixando a companhia.

Em contrapartida, pode ser necessária também a redução de postos de trabalho na empresa, se ficar entendido que isso será importante para dar eficiência à nova gestão.

2) Identificação dos possíveis sucessores

Em seguida, é preciso desde já buscar potenciais sucessores na empresa.

Para isso, é necessário, em primeiro lugar, mapear as competências profissionais e habilidades comportamentais para ocupar esses cargos estratégicos.

Deve-se analisar, por exemplo, quais são os colaboradores com habilidades de liderança, capacidade de tomar decisões sob pressão e gestão de pessoas. 

3) Capacitação dos sucessores

Dificilmente esses sucessores já estarão prontos para assumir o desafio de liderar a empresa.

Por isso, esses eventuais candidatos devem passar por um processo profundo de capacitação, que pode envolver programas de treinamento, mentorias individuais e outros recursos.

O mais importante é que os candidatos a sucessores tenham suas habilidades colocadas à prova, por meio de experiências práticas exigidas pela nova função.

4) Definição de um plano de transição

Essa é uma das etapas mais desafiadores, pois exigirá que se estabeleça um cronograma realista e comunique as partes interessadas em relação ao plano de sucessão empresarial.

Procure ser claro e transparente em relação aos objetivos da transição, forneça atualizações regulares e responda às dúvidas e preocupações. 

Considere também a transferência gradual de responsabilidades-chave para os sucessores, proporcionando a eles a oportunidade de adquirir experiência e se adaptar gradualmente ao novo papel.

5) Acompanhamento e suporte contínuo

Após a implementação do plano de transição, é importante fornecer um acompanhamento e suporte contínuo aos sucessores. 

Isso pode ser feito por meio de reuniões regulares, feedbacks individuais, avaliações de desempenho e programas de desenvolvimento contínuo. 

Garanta que os sucessores tenham o suporte necessário para enfrentar os desafios e promova uma cultura de aprendizado e crescimento.

Leia também: Conheça as vantagens e desvantagens da holding patrimonial

A importância de uma consultoria de holding patrimonial no plano de sucessão empresarial

Como orientação final, avalie a necessidade de assessoria para a constituição de uma holding patrimonial que dê apoio jurídico à proteção dos bens no processo de sucessão empresarial.

Uma consultoria em hoding patrimonial auxilia, por exemplo:

  • Estruturação do acordo de acionistas e demais contratos envolvendo os direitos e responsabilidades dos sucessores;
  • Identificar possíveis riscos ou lacunas nos documentos e contratos existentes;
  • Revisar os acordos societários, contratos de fornecedores e clientes, e identificar cláusulas que precisam ser atualizadas ou reescritas para garantir que reflitam adequadamente os interesses da empresa e dos acionistas;
  • Entender as implicações legais de transferir a propriedade dos ativos para a holding, como imóveis, participações societárias ou marcas registradas, e garantir que todos os aspectos legais sejam tratados adequadamente;
  • Garantia de que todas as cláusulas protejam os interesses da empresa e dos investidores, garantindo a segurança jurídica das transações realizadas.

A Mansur Gestão Contábil tem experiência em planos de sucessão empresarial e conta com profissionais de diversas especialidades, como advogados tributaristas, societários e especialistas em Direito de Família, além de uma contabilidade especializada. 

Contamos também com profissionais especializadas para assessoria e mentoria em estruturação e gestão empresarial.

Isso permite uma avaliação 360º do negócio, com a definição das estratégias tributárias e de proteção patrimonial mais adequadas para cada caso.

Quer saber como podemos te ajudar? Solicite aqui o diagnóstico dos nossos especialistas.

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  • Fernando Mansur

    Fernando Mansur é empresário contábil, com MBA em gestão empresarial pela FGV e Ohio University

  • Luciana Donizete

    Luciana Donizete é contadora e advogada especialista em Holding Familiar e Patrimonial

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